WILL & WILL - Um Nome, Um Destino (Will Grayson, Will Grayson)
Autores: John Green e David Levithan
Editora: Galera
Categoria: Literatura Estrangeira / Romance
352 páginas - Ano: 2013
Em uma noite fria, numa improvável esquina de Chicago, Will Grayson encontra... Will Grayson. Os dois adolescentes dividem o mesmo nome. E, aparentemente, apenas isso os une. Mas mesmo circulando em ambientes completamente diferentes, os dois estão prestes a embarcar em um aventura de épicas proporções. O mais fabuloso musical a jamais ser apresentado nos palcos politicamente corretos do ensino médio.
Minha opinião:
(Texto escrito e publicado originalmente em 22/01/2014, no Skoob)
É apenas amor
Basta
ver que um livro foi escrito pelo John Green, que eu já tenho
vontade de ler. Desde quando ainda estava lendo “A Culpa é das
Estrelas”, já sentia vontade de ler mais e mais histórias desse
autor que passei a gostar tanto. E aqui ele divide a autoria com
David Levithan (que
escreveu “Todo dia”, entre outros sucessos).
“Will & Will”
é, sem dúvidas, um dos livros mais divertidos que eu já li.
Escrito por dois ótimos e respeitados autores, o livro apresenta a
história de dois jovens bem diferentes, mas com UMA coisa em comum:
o nome Will Grayson. Cada capítulo é escrito sob o ponto de vista
de um dos dois.
Os
capítulos ímpares são narrados pelo “Will
Grayson do John Green”,
heterossexual, que logo conhece Jane e se sente atraído por ela. Ele
vive sua vida sem exigir demais, sem esperar nada, se define como
“prático”. Filho de médicos, curte a companhia dos amigos e
tudo aquilo que a maioria dos adolescentes do ensino médio curte.
Já
nos capítulos pares, a narração é do “will
grayson do David Levithan” –
escrito assim, com letras minúsculas, numa referência à linguagem
da internet, que é onde o rapaz introspectivo passa boa parte de seu
tempo. Dramático, homossexual, depressivo, esse Will vive reclamando
de tudo e de todos. Mora só com a mãe, estuda, trabalha numa
farmácia e, quando chega em casa, conta os segundos para conversar
com Isaac, sua paixão virtual.
Pela forma de escrever,
e também pela diagramação e pelo conteúdo, conseguimos distinguir
bem um Will do outro. E é bem interessante acompanhar os dramas
desses personagens de mesmo nome. Suas questões individuais, os
fatos surpreendentes (como o caso do isaac,
por exemplo – quem ler vai entender),
até o momento em que as duas histórias se cruzam (o
esperado encontro dos Will Grayson, que mudaria a vida dos dois).
Preciso
destacar aqui a incrível sincronia entre os autores. Às
vezes, dá pra sentir como se o livro tivesse sido escrito por um
autor só. As visões se completam naturalmente, os detalhes são
lembrados, os fatos se complementam. Sem falar nas surpresas (que
eu preciso me controlar, senão acabo contando, rs) e
no sarcasmo super presente, o que torna a história ainda mais
divertida. A gente já termina o capítulo de um dos Will
ansioso pelo que acontecerá com ele dois capítulos depois, mas
também curioso sobre o que irá acontecer ao outro Will no
capítulo seguinte. E é assim em TODOS os capítulos. Até quando
termina, a gente se pega desejando que a história continue.
Os
outros personagens também são bons e bem construídos, com
características bem marcantes. Jane, Maura, a mãe de cada Will, o
pai de um deles, etc. Mas tem um que é SEMPRE citado. O livro já
começa falando dele, Tiny Cooper, o melhor amigo do “Will
do John Green” e grande
destaque da história como um todo (e que me fez sentir
raiva em muitos momentos, por me lembrar MUITO de algumas pessoas que
conheço e suas manias que me irritam, haha. Mas isso logo passou, é
um personagem bem carismático, “apesar de tudo” que falei, rs.)
Tiny é um homossexual grandalhão, extrovertido e egocêntrico, que
escreve um musical sobre sua própria vida e quer apresentá-lo no
colégio. Ele vive arranjando namorados e se decepcionando com todos,
e depois arranjando novos. E é o amigo Will que fica ouvindo seus
dramas.
Como já devem ter
percebido, o romance homossexual está presente. Mas é tratado de
forma natural, sem preconceitos, como realmente deve ser, e não como
um tabu. O livro apresenta certas “críticas disfarçadas à
sociedade”. Li em alguns lugares que a editora chegou a mandar uma
cópia para Marco Feliciano, com a dedicatória: “Prezado
deputado Marco Feliciano, é só amor. Talvez com esse livro o senhor
consiga entender”.
Mais que tudo, podemos
observar ao longo da história uma lição de amor e de amizade,
fazendo-nos lembrar das coisas que realmente importam na vida. Tudo
com muita originalidade e bom humor. Eu li esse livro MUITO rápido,
tamanha era a ansiedade pelos fatos seguintes.
E terminei o livro já
imaginando como seria se essa história fosse contada no cinema. Bom,
“A Culpa é das Estrelas” já está prestes a ir para a telona.
Quem sabe “Will & Will” também vá, num futuro não muito
distante?
Ah, não sei mais o que
falar desta obra, rs. Li a versão digital, e ainda quero comprar o
livro, físico, certo de que lerei de novo. Gostei bastante, e ria o
tempo todo. Surpreendente, emocionante, divertido, direto, e tem um
final bonitinho também, rs. Recomendo a todos que leiam,
principalmente de mente aberta.
Nota: 4.5 (de 5 estrelas)
postado por Bruno Souza.
Segunda, 10 de fevereiro de 2013. 16:00